Afinal, quais informações o seu smartwatch sabe sobre você?
O pulso voltou ao centro das atenções. Depois de o relógio ter sido deixado de lado por muitos – que passaram a ver as horas na tela do celular ou do computador –, o surgimento do smartwatch fez o acessório voltar à moda. Mas há diferenças cruciais. O aparelho, que sincroniza dados vindos de vários lugares, coleta muitas informações sobre você.
Smartwatches são relógios que se conectam via internet ao seu telefone, fazendo parte de uma categoria conhecida como “computadores vestíveis”, ou simplesmente wearables. O grande diferencial deles em relação a celulares comuns é o conjunto de sensores, capaz de permitindo medir a quantidade de passos que você deu, sua localização em tempo real, sua pressão e até fazer eletrocardiogramas. Sim, muitos celulares têm essas funções, mas no relógio inteligente a captação é amplificada.
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Quando pensados de maneira individual, os smartwatches fornecem uma ampla quantidade de informações úteis para nós mesmos, principalmente quanto à nossa saúde. Agora, uma organização que detenha os dados de todos os usuários desse tipo de aparelho pode traçar um perfil de saúde do mundo todo, atualizado em tempo real. E claro, isso pode ser usado para saber a reação a campanhas de marketing ou entender as necessidades de pessoas mais idosas, por exemplo.
Aparelhos como o Apple Watch e Fitbit – integrados aos seus respectivos sistemas operacionais, como IOS, Android e Windows – se tornam cada vez mais populares e acessíveis a cada novo lançamento. Com acúmulo de atividades e a possibilidade de personalização, os relógios inteligentes servem para facilitar as atividades do dia a dia e acompanhar as ações do usuário, geralmente em sincronia com o aparelho celular, por exemplo, o relógio pode mostrar notificações, mensagens e redes sociais, dependendo do modelo. Mas, com tantas informações conectadas, é importante saber quais dados estão sendo transmitidos pelo acessório de pulso.
Uma das desenvolvedoras mais famosas coloca em seu próprio manual do usuário que informações pessoais como altura, peso, gênero, idade e o cálculo de quantas calorias você queimou em um determinado tempo são gravadas pelo aparelho. Outros dados que o relógio futurista recebe são, por exemplo, de batimentos e do histórico de frequência cardíaca, além de monitoramento do sono e ainda arquivos com seus trajetos e viagens e, dependendo do modelo, pode replicar aplicativos, como as inteligências virtuais (Siri, Cortana, Alexa) e memorizar suas fotos.
Como fica a privacidade e a segurança?
A segurança em relação ao compartilhamento ou divulgação dos seus dados é exatamente a mesma entre um aparelho celular, notebook e qualquer outro produto que tenha acesso a internet. Ou seja, além de você concordar que seus dados ou ações sejam compartilhadas com desenvolvedores, na justificativa de melhorar e individualizar as funções do objeto tecnológico, você ainda corre o risco de que as informações sejam indevidamente compartilhadas, por exemplo, em um vazamento. Além dos dados personalizados, há dúvidas sobre como esse conjunto que traça o perfil, principalmente sobre saúde, será usado por corporações.
Os perigos existem, como em qualquer ambiente tecnológico e conectado, mas as vantagens e funcionalidades são maiores, desde que tomados cuidados, como configurações adequadas de segurança. Em alguns lugares, já é possível pagar contas com o aparelho no pulso, além de receber notificações de que o tempo vai fechar e você pode acabar pegando chuva, ou que o seu trajeto para casa depois do expediente não é o mais rápido devido a um congestionamento inesperado.
Portanto, da mesma forma que o seu navegador sabe quais são suas buscas ou tendências de compra para tentar aproximar você daquilo que gosta, o seu smartwatch também sabe suas características físicas e até como anda a sua saúde para sempre se adequar melhor a sua rotina.