Privacidade Hackeada e a coleta de dados

Lançado em 2019, o documentário Privacidade Hackeada mostra como a Cambridge Analytica, empresa de análise de dados, participou de um momento crítico: o uso indevido de milhões de dados pessoais.

Uso indevido de informações pessoais

Um dos principais debates que o filme Privacidade Hackeada traz é sobre como a Cambridge Analytica atuou e manipulou eleitores, no pleito presidencial dos Estados Unidos, em 2016. A empresa coletou informações sensíveis de diversos americanos e usou esse conhecimento para intensificar posicionamentos políticos e, diretamente, influenciar na tomada de decisão de muitos votantes.

São apresentados vários personagens para reforçar e explicar o que ocorreu. A ex-diretora de desenvolvimento de negócios da Cambridge Analytica, Brittany Kaiser, foi quem delatou o esquema e é um dos grandes focos do documentário. Além dela, o professor da Parsons School of Design, David Carroll, que teve seus dados invadidos após fazer um quiz e decidiu processar a empresa CA para conseguir ter acesso aos seus próprios dados que foram coletados

Eles apontam no documentário como que essa ação modificou de maneira drástica o cenário das eleições americanas, e ainda movimentam bastante, como vimos em Coded Bias, que mostra também a participação do Facebook na influência para que as pessoas fossem votar.

Dados pouco protegidos

Além dessa repercussão forte do escândalo da Cambridge Analytica, outro destaque do documentário é com as amostras que estamos sendo monitorados 24h por dia. Entre as diversas frases de impacto presentes no filme, há uma que expressa a nossa sensação ao ver um anúncio na internet. “Quem já viu uma propaganda que te convenceu que o seu microfone está ouvindo suas conversas?”.

E, de fato, há situações em que falamos sobre um produto e, imediatamente, ele surge em uma propaganda. Fora isso, há discussões semelhantes às que vimos em Dilema das Redes.

Um ponto principal do documentário acontece quando descobrem que a Cambridge Analytica não obteve apenas os dados de um usuário que compartilhou algo nas redes sociais ou respondeu um quiz, como o professor Carroll, mas de acordo com os termos de uso, eles também conseguiam coletar dados dos perfis públicos do gráfico social dos usuários. E com isso a empresa foi capaz de usar esses dados para construir perfis psicológicos dos eleitores americanos.

O documentário é um alerta para prestarmos mais atenção onde colocamos nossos dados pessoais, o que compartilhamos e pesquisamos na internet e nas redes sociais. Também nos faz refletir sobre como os nossos dados estão sendo usados a favor ou contra nós e o quão manipulados estamos sendo ao trocar nossa privacidade pelo uso “gratuito” de alguns serviços e plataformas. Como o professor Carroll diz durante o filme “Ninguém parou para ler os termos e condições de uso e essa é a razão do por que a Google e o Facebook são as empresas mais poderosas do mundo superaram o valor do petróleo. É o bem mais valioso da terra”.

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Talquimy

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