O que Nerve nos ensina sobre privacidade e proteção de dados
A ficção Nerve mostra como estamos a exposição excessiva na internet e a falta de privacidade podem ser perigosas
Nerve é um filme de 2016 (disponível na Netflix e on-demand), que já discutia questões de privacidade nas redes sociais, muito debatidas até hoje. A história tem como protagonista uma adolescente que, após uma discussão com amigos, entra em um jogo online: Nerve. Uma espécie de “verdade ou desafio” (mas sem a parte da verdade), onde os jogadores possuem tarefas a cumprir, em troca de quantias em dinheiro.
São apresentados os observadores, que pagam para assistir e desafiar os jogadores, aqueles que cumprem as tarefas. O filme tem suspense, ação e aventura, mas traz um debate bastante interessante sobre a nossa exposição na internet e como, cada vez mais, a nossa privacidade tem sido invadida.
A superexposição e o acesso a dados sensíveis
Um dos pontos bem interessantes de Nerve é mostrar que a nossa superexposição é muito perigosa. Ao ingressar no jogo, o filme exibe, de maneira didática, como que os nossos dados são coletados e armazenados pelos programas. Em poucos segundos, os criadores do jogo e observadores têm acesso a todas as informações dos jogadores, desde medos, preferências e até mesmo dados bancários.
São dados sensíveis e que, muitas vezes, entregamos com facilidade em compras online, cadastros e, claro, nas redes sociais. O filme brinca com o fato de darmos essas informações e isso faz com que estejamos “na mão” dessas empresas, nos tornando até “prisioneiros” dessas redes. Dessa forma, perdemos completamente nossa liberdade e privacidade.
24h por dia ao vivo
O filme também nos apresenta uma outra característica muito comum da atualidade. Estamos sendo filmados e monitorados a todo instante. Em Nerve, isso é mostrado por causa dos observados que são inúmeros, estão espalhados pela cidade e filmam os participantes em todos os locais. Ou seja, além de ter todos os seus dados coletados, os jogadores não conseguem ter a privacidade “fora do game” para seguir suas vidas.
Vimos algo parecido no documentário “Coded Bias”, quando o governo e empresas privadas colhiam informações biométricas de pessoas comuns, nas ruas e até mesmo na própria casa deles.
Dessa forma, Nerve joga, e bem, com o atual momento em que vivemos. Uma era de muita exposição, com pouquíssima privacidade e que, muitas vezes, nós mesmos nos sujeitamos a essa situação, seja para entrar naquela nova rede social, por uma desatenção ou golpe, como também por não tomarmos alguns cuidados que evitam diversas situações.